Talvez você esteja vivendo essa mesma fase. Já aprendeu um monte de técnicas e conceitos, mas parece que falta um fio condutor para juntar todo esse conhecimento.
Descobrir essa resposta era o meu maior objetivo!
A minha primeira virada de chave:
Eu peço que você leia com muita atenção o próximo parágrafo. Ele foi extraído (e resumido do livro do Bobby Owsinski):
“Embora a maioria dos engenheiros confie em sua intuição ao fazer uma mixagem, eles seguem um método.
Em geral, a maioria dos profissionais pode ouvir alguma versão do produto final em suas cabeças ANTES mesmo de começar a mixar. Eles se familiarizam com a música antes de começar o trabalho.
A maioria dos grandes mixers são metódicos na maneira como abordam uma mixagem. Embora o método possa variar um pouco dependendo da música, do artista ou do gênero, a técnica permanece constante”.
Esse simples parágrafo me mostrou duas coisas que mudariam completamente o jogo da mixagem pra mim:
1. Aprender a ouvir a mix (sem o apego do produtor/artista)
Você já deve ter percebido que quando você ouve a sua música olhando para a tela de arranjo, você não ouve direito! Você tem uma percepção enviesada por aquilo que você está enxergando. Além disso, você tem um certo apego com a sua obra. Você tem dó de mudar qualquer coisa que você produziu com tanto carinho.
É por isso que hoje, quando eu vou mixar, eu abro outro projeto e enquanto estou ouvindo com o objetivo de fazer um diagnóstico (vimos isso na lição 01), eu tento não olhar para a tela.
Preciso contar uma história bem rápida para você entender o que quero dizer aqui:
Em 02/01 deste ano eu acordei as 6:12 da manhã com a maior dor que eu já senti até hoje. Era como uma faca entrando em minhas costas, do lado esquerdo, na região lombar.
Fui me contorcendo até o banheiro e meu xixi saiu marrom. Fiquei muito assustado!
Chamei minha esposa e ela me levou até o hospital. Chegando lá, o médico não me examinou, não olhou pra minha cara e me deu um remédio.
É claro que não funcionou! Aquele abençoado não foi capaz de perceber que eu estava com pedra no rim. Era óbvio! Mas ele me deu um remédio para… o estômago. Achou que eu estava de ressaca.
O que esse médico fez comigo é o que muitos produtores fazem na hora de mixar. Saem “prescrevendo tratamentos” sem saber quais são os problemas reais. Entende o que estou querendo dizer?
Não faz sentido sair colocando plugin em tudo que é canal sem ter uma INTENÇÃO CLARA!
Bom… acho que você já entendeu essa parte né?
2. Desenvolver um método (workflow)
Ora… se todos os grandes engenheiros de mixagem tem um método a seguir em qualquer tipo de mixagem, de qualquer gênero, de qualquer artista, por que eu não tinha o meu próprio método? Um passo-a-passo que eu pudesse replicar sempre…
Então, eu comecei a estruturar o meu passo-a-passo, como se eu fosse um chef de cozinha criando uma receita. Primeiro, eu pensei “qual seria o primeiro passo ideal da mixagem?”. E então, fui para os cursos e livros em busca da resposta.
Em seguida, comecei a listar todos os processos que eu conhecia sobre a mixagem e definir uma ordem lógica para eles.
Inicialmente, eram 7 passos principais. O resultado das minhas mixagens começou a dar um salto. Pela primeira vez, eu sentia uma pontinha de orgulho em cada música que eu terminava.
E então, o que eu menos esperava na vida aconteceu…