Mesmo sendo muito dedicado nos estudos e na produção, eu levei 3 anos para terminar a primeira música. Se é que se pode chamar aquilo de música.
Os anos foram passando e, com muito esforço, eu criei o meu primeiro set 100% autoral e comecei a me apresentar com ele. Isso demorou uns 5 anos para acontecer. E não era um live BOM. A pista não reagia como eu gostaria. Era muito frustrante! Muitas vezes, fui tocar e voltei pra casa cabisbaixo.
Acontece que as minhas músicas não contavam histórias, não prendiam a pista, não tinham coerência entre si. Era até difícil mixar uma com a outra. E, nessa época, eu demorava 3-5 meses para terminar cada música.
Mas, nos últimos anos, eu me dediquei a pesquisar e colocar em prática um sistema que pudesse facilitar o meu processo de produção e permitisse que minha criatividade fosse expandida de forma considerável. Eu queria demonstrar a minha verdadeira identidade nas minhas músicas. Queria terminar as músicas com mais velocidade, qualidade, coerência…
E a verdade é que me entupir de novas informações não estava ajudando.
Foi então que eu me deparei com um livro sobre Songwriting chamado The Addiction Formula e percebi que existia uma vasta literatura em inglês sobre esse tema. Inclusive, vários artigos científicos demonstrando como as pessoas reagem à construção de uma música. Mais especificamente, sobre a construção do arranjo e a dosagem de energia e tensão para criar histórias.
Quando eu tive acesso a esse conhecimento, eu fiquei maluco. É como se eu tivesse encontrado a CHAVE MESTRA para desbloquear o meu arranjo e a minha criatividade. É como se agora eu tivesse o poder de manipular as pistas do jeito que eu quiser.
Essa foi uma grande virada de chave, mas eu ainda não estava contente. As minhas músicas não representavam 100% da minha identidade e não tinham ainda muita coerência entre si.
Eu me dei conta que eu sempre produzia cada música de um jeito diferente, sem processos, sem workflow…
Pense comigo…
Uma banda, quando vai produzir um álbum num estúdio…
– O baterista senta na bateria e toca.
– O guitarrista pega sua guitarra, liga num AMP, pega uma palheta e toca.
– O vocalista pega o microfone e canta.
Simples assim…
Imagine se a cada nova música, o baterista tivesse que construir a sua bateria do zero. Se ele tivesse que derrubar uma árvore e esculpir as suas baquetas. Que o guitarrista tivesse que construir a sua guitarra a cada música.
Isso seria insano, não é?
Mas, é exatamente isso que o produtor de música eletrônica costuma fazer.
Falta MÉTODO, PROCESSOS… SISTEMA!
Nos últimos meses, eu estive obcecado no estúdio desenvolvendo um sistema que pudesse facilitar a minha vida e expandir o meu potencial criativo.
Eu queria poder sentar no estúdio e sair com uma ideia de uma música em algumas horas de trabalho. Eu queria que as minhas músicas tivessem uma assinatura sonora única, que elas fossem parecidas entre si.
E assim, fui desenvolvendo e lapidando um conjunto de processos + hábitos + workflow que eu apelidei de…